sexta-feira, 17 de abril de 2009

Papo Cabeça ( Felipe's talk show)

A P R E S E N T A Ç Ã O : Esclareço,de início,que esse não será um texto que defenderá uma ideologia,ou que solucionará os problemas futuramente citados:tratar-se-á,simplesmente,de um texto expositivo - objetivando estimular à reflexão pessoal e permitir que cada leitor tire suas próprias conclusões.Espero que ninguém comece a leitura com um olhar preconceituoso - fato comum quando expomos problemas na sociedade gerados pelo capitalismo.

NOTA AOS CAPITALISTAS e SOCIALISTAS CONVICTOS : Por favor,amadurecer é necessário.Está claro, para minha pessoa, que nada adianta defender puramente uma das duas ideologias.
Primeiramente, o socialismo é um fracasso quando colocado prática.Basta olhar os exemplos de Cuba,China e URSS.Um modelo,comprovadamente falido,que muitos apóiam sem restrição alguma,alienando-se de toda e qualquer opinião divergente.Então não me venham com revoluções utópicas e idealizadas.
Bem,assim como o socialismo,o capitalismo também é um fracasso quando posto em prática.Infelizmente,o mundo, hoje, segue esse modelo e:-metade da população está passando fome;-guerras eclodem com justificativas ideológicas baseadas em seus princípios;-diferenças acentuam-se a cada dia;-e a racionalidade humana apresenta sinais de regresso.COMO PODE ESSE SER UM MODELO QUE FUNCIONE?COMO DEFENDER UM MODELO, CLARAMENTE, FALIDO?
A verdade é que somos a segunda geração sem uma ideologia, não temos uma causa descente, porque falta ao homem um ideal que funcione. Temos milhares de argumentos contrários ao sistema,sabemos centenas dos problemas do modelo atual,mas não temos respostas.Não temos soluções.Devemos,porém,trabalhar no sentido de achar paliativos,de refletir em busca de um conhecimento que torne nossa existência mais prazerosa.Chegamos,assim, a proposta do meu texto:iniciar um papo cabeça, como diria meu professor de história, objetivando colocar em cheque alguns problemas, muitas vezes ignorados, ou, na maioria das vezes,interpretados -graças a manipulação generalizada,marca maior do mundo contemporâneo- como situações normais,do nosso cotidiano.

Finalmente : O TEXTO


Atualmente, vivemos sob as regras da economia voraz capitalista. Lutamos pela sobrevivência a cada dia,focando nossos pensamentos em um objetivo tão comum,quanto -aparentemente- natural:a obtenção do lucro.Apesar desse não ser nosso único objetivo,a maior parte de nossas ações estão focadas em torno deste,o que me leva a imaginar que nossas outras ambições giram em torno deste desejo principal,são periféricas ao desejo de lucrar e, para isso trabalhamos.


Não nego que o capitalismo foi de extrema importância para o progresso humano, muito pelo contrário, nunca a humanidade produziu tanto, nunca a sociedade presenciou um padrão de vida tão alto. Se compararmos a vida de, politicamente correto falando, um cidadão desfavorecido, ou seja,de um pobre de hoje com um servo,ou melhor, com um nobre da Idade Média, notaremos que o pobre hoje vive,MATERIALMENTE, em condições muito melhores que um nobre de antigamente.O nobre não tinha acesso aos remédios,o nobre não possuía objetos de higiene,não tinha nenhum meio de transporte que não o animal,a comunicação era feita por cartas ou recados orais,enfim, um nobre não tinha muitas coisas que o pobre de hoje tem.


Se por um lado o homem nunca viveu tão bem materialmente, ele nunca viveu tão mal espiritualmente. A partir da Revolução Industrial muitos homens passaram a viver em função do trabalho e, hoje, atrevo-me a dizer que a maioria da sociedade "vive" o trabalho.Falamos como se fosse normal trabalhar 8/10/12 horas por dia,sem falar que é normal estarmos inseridos no magnífico modelo de 5 dias de trabalho para 2 de descanso -não é preciso entender muito de matemática para notarmos que essa relação está meio desproporcional.O mais interessante é que muitos quando saem do trabalho continuam a "viver" o trabalho: passam o resto do tempo pensando em como ganhar mais dinheiro,e como o gastar,como melhorar na empresa,como evitar perder o emprego,como acabar com a concorrência...A média de tempo trabalhado DE UM SERVO na Idade Média era de 3 horas por dia, durante, aproximadamente, 150 dias por ano.Hoje, nos parece um absurdo,mas só nos parece um absurdo porque nos acostumamos com exaustivas horas diárias de labor.Em relação ao trabalho, um empresário hoje,vive pior que um servo na Idade Média.Claro que não quero dizer que este sistema medieval era o ideal, longe disso - foi um período de obscurantismo e alienação - mas afirmo, com toda certeza, que estamos trabalhando muitoooo além do necessário, e que, até na Idade Média eles sabia disso.


Engraçado como cada século tem seu mal, e o do nosso século é o trabalho. Antigamente os males do século eram doenças,crises alimentícias,pestes,desastres meteorológicos - ou seja- coisas que matavam a população,situações em que o homem era levado ao limite até morrer.HOJE, morremos de infarto do coração.NÓS MORREMOS DE TANTO TRABALHAR.Isso mesmo - enquanto em outras épocas os males nos eram impostos pela natureza,hoje nos é imposto por nós mesmos.Porém, estamos tão ocupados, temos tantas coisas para resolver,sempre correndo de um lado para o outro,TRABALHANDO feito escravos,que não temos tempo de parar e nos perguntarmos se algo,nesse sistema,não está errado.

Nascemos,estudamos,trabalhamos. Juntamos dinheiro.Depois, quando podemos parar de trabalhar,estamos velhos,doentes,e aí temos que gastar dinheiro, esse acumulado ao longo da vida, para nos tratarmos em hospitais,mas sem nunca recuperar o que já foi perdido: a nossa saúde,a nossa juventude e o nosso tempo - esses NÃO PODEMOS COMPRAR,simplesmente estão perdidos.Ou seja,passamos metade da nossa vida nos matando,literalmente,de trabalhar, e a outra metade, gastando o que ganhamos para recuperar o que perdemos.


Esse é um sistema que subjuga todas as classes sociais. Notamos esse fenômeno em todas as classes,desde o pedreiro que faz "bicos" de motoboys durante a noite,até diretores de enormes multinacionais.Porém só um grupo de pessoas é capaz de mudar isso,e esse grupo é o das pessoas instruídas.Os que estudam,os que se intelectualizam são os responsáveis por alterar essa estrutura massacrante.


Hoje, estudamos para atingir uma condição medíocre de vida, uma condição em que não controlamos nosso cotidiano, uma situação em que somos movidos pelo lucro. Estamos todos viciados,viciados em capital e como todo viciado queremos fazer de tudo para satisfazer nosso vício.Esquecemos também que existem coisas mais importantes,coisas como o amor, a amizade, a paz, o lazer, A FELICIDADE. Refiro-me a felicidade permanente, a felicidade atingida apenas com o aperfeiçoamento espiritual, aperfeiçoamento de caráter, não a felicidade que nos é vendida, felicidade comprada e passageira. A GRANDE DIFERENÇA É QUE ESTUDAMOS, LOGO TEMOS O PODER DE ENXERGAR ISSO, O PODER DE ENTEDER O PROBLEMA E A CAPACIDADE DE TENTAR MUDA-LO. Cabe a elite esclarecida realizar essa mudança.

FIM DO PRIMEIRO ATO

2 comentários:

  1. como meu pensamento sobre esse assunto eh extenso resolvi dividi-lo em atos,assim vocês não se cansam hauiaiuhauihuahi(acho que já deve ter sido muito cansativo ler isso tudo)

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  2. Flep... que texto bom! Você tá demais hein ? Assino embaixo em tudo o que você falou...
    Esse ciclo vicioso que cerca toda a sociedade de Trabalho - Dinheiro - Para Curtir (com 60 anos) é ridículo. O condicionamento do sistema imposto deveria beneficiar a felicidade esperitual e não uma competição onde as pessoas se massacram pelo suposto filé mingon...
    Fica bem! Beijo

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