quarta-feira, 11 de março de 2009

Eu e Eu mesmo

Toda vez que tento compreender a racionalidade humano deparo-me com a nossa natureza complexa e egoista.Refiro-me tanto ao ambito individual,como ao global.



Quando paramos para fazer uma analise mais aprofundada percebemos que grande parte de nossas atitudes e decisoes sao impulsionadas pela nossa necessidade de melhorar,o que nem sempre implica o uso da etica.



No plano individual podemos citar nossa tentativas de justificar nossas acoes,mesmo quando erradas,de maneira a nos favorecer.Percebi que quando faco algo que fere meus principios,ou seja que incomoda minha "consciencia", tento os justificar internamente para livrar-me do sentimento de culpa.A conclusao que cheguei e' que isso deve ser uma briga entre o intelecto,a razao,contra os nossos extintos,nossa necessidade,natural,de querer ganhar sempre;nao afirmo que e' impossivel prosperar so com os extintos,mas creio que as vezes utilizamos a razao para nos criticar e outras para nos eximir da culpa.Segue,hoje, valida entre os homens,mesmo que discretamente, a teoria Maquiavelica: " O fim justifica os meios".



Ate mesmo a caridade e a doacao,creio eu,sao atitudes que visam,inconscientemente,suprir o ego humano.Doamos, nao porque nao aguentamos o sofrimento alheio,mas sim porque queremos nos sentir melhor.Trata-se quase sempre da satisfacao do proprio individuo,quase nunca a do outro.Talvez isso seja um tipo de hipocrisia que aferimos inconscientemente,reclamamos aos que nao doam ou fazem caridade,dizemos que eles nao se importam com os outros,mas sera que no's realmente nos importamos?Se o real objetivo fosse aliviar qualquer dor provocada pelo sofrimento alheio doar-nos-iamos por inteiro.Ou seja,doariamos ao maximo ate ficar quase no mesmo nivel dos que sofrem.Mas essa possibilidade parece fora de questao,excetuando alguns poucos que dotados de grande inteligencia,mas,principalmente de grande sensibilidade humana,doaram-se ao ponto de ficarem sem nada.Gosto de citar como exemplo Ghandi,que era muito rico,grande advogado e empresario indiano(coisa que muitos desconhecem) que para defender sua filosofia de vida e ajudar o povo a se libertar,abriu mao de todos seus bens materias e mais tarde da sua propria vida.

A boa analise sobre as proprias necessidades e situacoes tem que ser feitas de maneira fria,evitando os nossos sentimentos e nossa vontades,o que raramente e' possivel.Quando nos deparamos com a escolha entre vantagens individuais e bem estar coletivo nos auto enganamos para justificarmos,racionalmente,a escolha do primeiro.Nesse caso e' engracado o fato de os frios e calculistas serem os que aprimoram o mundo,enquanto que os sentimentais aprimoram apenas a si mesmos.

Sei que nao posso opiniar muito sobre o pensamento humano porque,ainda,nada sei sobre filosofia,sociologia,sobre a psique humana,enfim,nada sei sobre nada.So sei o que observo, o que pode ser muito tendencioso e distorcido.Pouco tempo tenho para debater com alguem minhas ideias,entao por equanto escrevo baseado no achismo.Em breve espero poder aprimorar todas essas opinioes,mas por enquanto ficarei com a opiniao de que somos individualistas e egocentricos.

domingo, 1 de março de 2009

Mais solitario que um paulistano

Domingo,01/03,acordo e olho pela janela:o dia esta lindo,a cidade agitada,pessoas riem,conversam,passaros cantam.
Eu,porem,estou sozinho,estado em que tudo perde a graca.A mais bela das musicas me parece feia,o dia sem graca e a cidade monotona.E,como e' domingo,nao tenho nada o que fazer.Ocio,escolha errada.Pessima combinacao.Ocio e solidao nao devem estar juntos.Minha mente comeca a trabalhar,olho para a vastidao de predios e imagino que cada um deve estar com sua familia,com seus amigos,imagino se tem mais alguem perdido,solitario.Nesse momento lembrancas vem a cabeca,familia,amigos,bons momentos,outro sentimento comeca a tomar forma:a saudade.Saudade somada a solidao em um Domingo de sol...
O que estaria eu fazendo se tivesse ficado em Brasilia?Escolha tomada,consequencias sofridas.Estranho como hoje foi a primeira vez que parei para pensar,realmente,na minha situacao.Acho que ainda nao tinha parado e encarado os fatos.Uma nova vida toma forma,cada vez mais expressiva,alimentando-se da antiga rotina,a destruicao de uma realidade para a construcao de outra.
Tudo isso aconteceu porque nao organizei meu tempo,deixei reservado a manha de domingo para nao fazer nada.Nunca ficamos sem fazer nada.A cabeca nao para,os pensamentos sao constantes.Para piorar eu nao me sinto em casa,sei que essa cidade nao e' minha.Minha familia e amigos estao longes.Entendo agora o porque de tantas musicas,poemas,pensamentos sobre a solidao.
A sorte e' que o ser humano lida bem com as diversidades,e o culpado por eu estar assim-o tempo- tambem sera' o responsavel por minha superacao.Como dizia Alceu Valenca "a solidao devora.E' amiga das horas,e' prima irma do tempo e faz os nossos relogios caminharem lentos".
Escrevi porque precisava me distrair,ja sinto-me melhor.Vou sair agora,andar,procurar gente.